sábado, 28 de abril de 2007

Fonte Nova encontra-se em estado de total abandono


Estádio não tem condições de sediar jogos da seleção

Por Erick Issa


Quem olha de longe, não imagina o que as grandes paredes de concreto escondem, nem sequer sonham que após completar cinqüenta anos, esta grandiosa praça esportiva, não tem motivos para comemorar. Os graves problemas enfrentados pelo Estádio Octávio Mangabeira têm sido tema de debates entre torcedores e dirigentes. A precariedade do local prejudica, inclusive, a seleção brasileira que fica impossibilitada de atuar na Bahia.

Para os que ainda gostam de futebol está sendo uma dura tarefa ir aos jogos do Esporte Clube Bahia. O maior estádio de futebol da Bahia encontra-se abandonado e esquecido pelas autoridades. Rachaduras, infiltrações, muita sujeira e falta de segurança dão uma nova feição ao Estádio Octávio Mangabeira, mais conhecido como Fonte Nova.

Para quem viveu os áureos tempos do Futebol Baiano, é triste deparar-se com o novo rumo que o estádio tomou. A Fonte encolheu, sua capacidade foi reduzida de 89.900 espectadores, para apenas 65.000. Com a interdição de parte do anel superior, devido a riscos de desabamento, esta capacidade foi reduzida ainda mais, para apenas 45.000 pessoas.

O torcedor que já se espremeu para assistir o Bahia, campeão Brasileiro de 1988 e para ver o Vitória, vice-campeão nacional em 1993 tem se afastado cada vez mais desta praça esportiva. “Tenho medo que ocorra outra invasão de campo e tenho medo também das crescentes brigas entre as torcidas organizadas. Não há segurança no estádio, a falta de policiamento é gritante”, afirma o estudante Alexandre Teixeira de Pinho.

Eliminatórias e copa - Uma reunião entre o Governador Jacques Wagner e o Presidente da CBF Ricardo Teixeira na tarde desta quinta-feira (15), discutiu a possibilidade da Bahia receber um jogo da seleção Brasileira pelas eliminatórias da copa de 2010.

O Governador prometeu a Ricardo Teixeira que irá reformar a Fonte Nova na tentativa de adequá-la para jogos de grande porte. Para isso será preciso fechar o estádio o mais rápido possível, pois o jogo está previsto para o início de 2008. O dirigente da CBF mostrou-se satisfeito com o compromisso assumido pelo governador e colocou a Bahia como uma das possíveis sedes da copa de 2014. O Brasil disputará com a Colômbia o direito de sediar o mundial que acontecerá na América do Sul.

De acordo com a assessoria de comunicação da Sudesb (Superintendência de desportos da Bahia), o diretor geral do órgão, Raimundo Nonato, esteve reunido durante toda tarde desta segunda-feira com o engenheiro de projetos esportivos Nilo Júnior, a fim de estabelecer pontos estratégicos para recuperação do estádio. Uma comissão da CBF deve inspecionar o local no mês de Abril.

Estádio Arena pode sair do papel ainda esse ano

O grupo português Lusoarenas tem interesse de construir um novo estádio de futebol na Capital Baiana. A iniciativa privada pretende construir um complexo com lojas e anfiteatro que terá como carro chefe um estádio de futebol com capacidade para 40.000 pessoas. O estádio abrigará jogos do Bahia e do Vitória e deverá ser erguido nas imediações da Avenida Paralela. “Vejo com bons olhos a construção de um novo estádio, mais ainda não fui procurado por ninguém”, afirma Raimundo Nonato, diretor da Sudesb.

De acordo com a assessoria do governo do estado, o governador Jacques Wagner especulou com o presidente da CBF sobre a construção do novo estádio que ficará pronto em 2010 e que será totalmente orçado pela iniciativa privada. Com a construção do estádio a Bahia entra na briga para ser uma das sedes da copa de 2014.

Quem ganhará com isso será o torcedor da dupla Ba-Vi, que terá um estádio super moderno à sua disposição. “Já estava na hora de um empreendimento deste porte, não agüentamos mais a insegurança da Fonte Nova, precisamos deste estádio o mais rápido possível”, desabafa o motorista Roberto Oliveira.

terça-feira, 24 de abril de 2007

Portabilidade numérica deve acirrar concorrência entre operadoras de celular


Usuários poderão migrar de operadora e manter o mesmo número

Por Erick Issa


Mudar de operadora de celular e manter o mesmo número parecia um sonho distante para os usuários brasileiros. Muitas vezes não satisfeitos com os serviços prestados, os clientes optavam por continuar com a companhia para não perder o número, ao invés de buscar melhores serviços. Este quadro promete mudar com a aprovação pela Anatel (agência nacional de telecomunicações) da portabilidade numérica. A medida foi aprovada dia 31 de agosto de 2006 e deve entrar em vigor até março de 2009. Os clientes pagarão apenas uma taxa única de 20 reais para migrar sem perder o número.

Apesar de já aprovada há mais de seis meses, o assunto se tornou público apenas no segundo bimestre de 2007, depois de concluídas pesquisas mais avançadas por parte dos técnicos da anatel.

A medida ainda não conhecida pela maioria dos consumidores gera polêmica. “O mais importante é que vamos deixar de ser reféns de operadoras que não prestam bons serviços, mas por outro lado, esta medida vai causar uma verdadeira mistura de números para nós consumidores”, afirma a aposentada Maria Thereza.

Uma das maiores preocupações por parte dos usuários é justamente saber para que operadora está ligando. Com a portabilidade vai ser mais complicado, por exemplo, ao usar promoções de bônus para falar com a mesma operadora, afinal, não haverá certeza a qual operadora o número pertence. “Acho que para uma maior comodidade do cliente, deve haver um número para ligar, que se faça uma identificação de qual operadora é o tal número”, sugeri o colaborador da Claro Daniel Collyer.

Promoções – Uma das maiores vantagens para os consumidores será o aperfeiçoamento por parte das operadoras para oferecer planos e promoções mais ousadas, a fim de manter sua base de clientes e atrair os da concorrência. Será a chance das operadoras menores, como Telemig Celular e Brasil Telecom se firmar no mercado conquistando uma maior fatia no bolo da lucratividade. Para operadoras maiores como Vivo, Claro, Oi e Tim, a briga será acirrada para oferecer as melhores vantagens aos clientes pós e pré-pagos.

De acordo com a assessoria de imprensa da Tim, a alta cúpula da operadora acredita que este é o momento de “roubar” os clientes da Vivo e partir rumo à liderança de mercado. Esta declaração contrasta com a opinião dos dirigentes da Vivo no estado da Bahia. “Não entendo desta forma. No mercado, uma situação pode passar de ameaça para oportunidade em questão de segundos. Quando isto acontecer, vai sair na frente quem se preparou para esta nova realidade, e pode ter certeza, que nós já vínhamos nos preparando para esta mudança” afirma o consultor da Vivo Victor Cruz.

Claro e Oi não querem ficar pra trás

O Brasil já conta com 102 milhões de celulares, o número não para de crescer, haja vista que no mês de março foram acrescidos mais 900 mil celulares. A Vivo é líder de mercado com aproximadamente 29 milhões de clientes, seguida da Tim com 26 milhões. A Claro vem logo em seguida com 25 milhões de clientes. A operadora acredita que pode surpreender e assumir a liderança no número de clientes. A estratégia é aproveitar a portabilidade numérica e a briga entre as líderes de mercado. “Com planos pós-pagos atraentes, é bem possível a Claro chegar ao topo "roubando" os clientes que não saem da Vivo apenas porque têm seus números há mais de 10 anos”, comenta Daniel Collyer.

Desfavorecida pela área de cobertura, a operadora Oi, que está presente em apenas 16 estados brasileiros, não pensa em liderar o mercado, mas sim em aprimorar cada vez mais os serviços para conquistar um público fiel. As estratégias da Oi já foram lançadas a partir do momento em que a Telemar, dona da marca Oi, resolveu reunir todos os seus serviços, como internet, telefonia fixa e móvel em apenas uma marca, assumindo assim o nome da operadora de celular que em apenas cinco anos já conta com mais de 13 milhões de clientes.