
Usuários poderão migrar de operadora e manter o mesmo número
Por Erick Issa
Mudar de operadora de celular e manter o mesmo número parecia um sonho distante para os usuários brasileiros. Muitas vezes não satisfeitos com os serviços prestados, os clientes optavam por continuar com a companhia para não perder o número, ao invés de buscar melhores serviços. Este quadro promete mudar com a aprovação pela Anatel (agência nacional de telecomunicações) da portabilidade numérica. A medida foi aprovada dia 31 de agosto de 2006 e deve entrar em vigor até março de 2009. Os clientes pagarão apenas uma taxa única de 20 reais para migrar sem perder o número.
Por Erick Issa
Mudar de operadora de celular e manter o mesmo número parecia um sonho distante para os usuários brasileiros. Muitas vezes não satisfeitos com os serviços prestados, os clientes optavam por continuar com a companhia para não perder o número, ao invés de buscar melhores serviços. Este quadro promete mudar com a aprovação pela Anatel (agência nacional de telecomunicações) da portabilidade numérica. A medida foi aprovada dia 31 de agosto de 2006 e deve entrar em vigor até março de 2009. Os clientes pagarão apenas uma taxa única de 20 reais para migrar sem perder o número.
Apesar de já aprovada há mais de seis meses, o assunto se tornou público apenas no segundo bimestre de 2007, depois de concluídas pesquisas mais avançadas por parte dos técnicos da anatel.
A medida ainda não conhecida pela maioria dos consumidores gera polêmica. “O mais importante é que vamos deixar de ser reféns de operadoras que não prestam bons serviços, mas por outro lado, esta medida vai causar uma verdadeira mistura de números para nós consumidores”, afirma a aposentada Maria Thereza.
Uma das maiores preocupações por parte dos usuários é justamente saber para que operadora está ligando. Com a portabilidade vai ser mais complicado, por exemplo, ao usar promoções de bônus para falar com a mesma operadora, afinal, não haverá certeza a qual operadora o número pertence. “Acho que para uma maior comodidade do cliente, deve haver um número para ligar, que se faça uma identificação de qual operadora é o tal número”, sugeri o colaborador da Claro Daniel Collyer.
Promoções – Uma das maiores vantagens para os consumidores será o aperfeiçoamento por parte das operadoras para oferecer planos e promoções mais ousadas, a fim de manter sua base de clientes e atrair os da concorrência. Será a chance das operadoras menores, como Telemig Celular e Brasil Telecom se firmar no mercado conquistando uma maior fatia no bolo da lucratividade. Para operadoras maiores como Vivo, Claro, Oi e Tim, a briga será acirrada para oferecer as melhores vantagens aos clientes pós e pré-pagos.
De acordo com a assessoria de imprensa da Tim, a alta cúpula da operadora acredita que este é o momento de “roubar” os clientes da Vivo e partir rumo à liderança de mercado. Esta declaração contrasta com a opinião dos dirigentes da Vivo no estado da Bahia. “Não entendo desta forma. No mercado, uma situação pode passar de ameaça para oportunidade em questão de segundos. Quando isto acontecer, vai sair na frente quem se preparou para esta nova realidade, e pode ter certeza, que nós já vínhamos nos preparando para esta mudança” afirma o consultor da Vivo Victor Cruz.
Claro e Oi não querem ficar pra trás
O Brasil já conta com 102 milhões de celulares, o número não para de crescer, haja vista que no mês de março foram acrescidos mais 900 mil celulares. A Vivo é líder de mercado com aproximadamente 29 milhões de clientes, seguida da Tim com 26 milhões. A Claro vem logo em seguida com 25 milhões de clientes. A operadora acredita que pode surpreender e assumir a liderança no número de clientes. A estratégia é aproveitar a portabilidade numérica e a briga entre as líderes de mercado. “Com planos pós-pagos atraentes, é bem possível a Claro chegar ao topo "roubando" os clientes que não saem da Vivo apenas porque têm seus números há mais de 10 anos”, comenta Daniel Collyer.
Desfavorecida pela área de cobertura, a operadora Oi, que está presente em apenas 16 estados brasileiros, não pensa em liderar o mercado, mas sim em aprimorar cada vez mais os serviços para conquistar um público fiel. As estratégias da Oi já foram lançadas a partir do momento em que a Telemar, dona da marca Oi, resolveu reunir todos os seus serviços, como internet, telefonia fixa e móvel em apenas uma marca, assumindo assim o nome da operadora de celular que em apenas cinco anos já conta com mais de 13 milhões de clientes.